Mapas

De forma tímida eles sempre estiveram à minha volta, esperando o momento certo para roubar de uma vez por todas a minha atenção. É fato que por vezes eles tentaram, e em muitas de suas tentativas, obtiveram sucesso. É verdade também que foram eles que nos apresentaram. O primeiro foi meu pai, quando desenrolou com muito cuidado um enorme mapa mundi na nossa sala, no segundo andar de casa, o antigo restaurante da pousada. Havia ganhado do meu avô. Depois tivemos muitos reencontros é claro, em minhas aulas de geografia, e que aulas! Hoje, tal como ontem e muito provavelmente amanhã também, sigo com a certeza de que tive a sorte de conhecer e estudar com professoras como a Léa, que para sempre será lembrada pela luz que transbordava do seu sorriso, do sorriso dos olhos cor de céu, mar, imensidão... Meu terceiro encontro com eles se deu a partir de um ângulo, no mínimo, original. Colados, não, não à parede, seria óbvio demais, presos ao teto. Vários, de diversos tamanhos, traços... Um lembrete do quão pequenos somos perto da vastidão deste mundo.

Meu pai sempre disse que nós deveríamos olhar mais para os mapas, estar em contato com eles e, logo em uma das minhas primeiras aulas na universidade, vim a conhecer um outro homem que não só pensava como ele, mas que discursava tais palavras, Dantas, que instigava e estimulava para que fossemos mais curiosos, aventureiros, viajantes...

Quantas histórias, quantos caminhos a serem traçados, quanto a se viver!

Me apaixonei por todos,

Ah! Eles...

Os mapas.

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Aos Mestres,

Arthur, Léa e Dantas